Adriana Monteiro (Tuca) - São Caetano do Sul
Olá leitores...
É com grande satisfação que deixo aqui, neste blog, uma pequenina contribuição a este trabalho de conscientização sobre o que significa pertencer a uma cidade e a uma sociedade inclusiva de fato.
Senti pela primeira vez que pertencia a uma cidade e sociedade excludente, quando, em uma crise de AR (artrite reumatóide, doença degenerativa que acomete principalmente as articulações) não consegui caminhar pelas calçadas devido aos constantes obstáculos: são tantos os degraus, as inclinações transversais abusivas, os pisos escorregadios, buracos e lombadas que me vi obrigada a disputar espaço com os carros nas vias de tráfego, alias vias essas em perfeito estado de conservação. Acessar os comércios e serviços? Que suplício! Sempre há um generoso degrau nos recepcionando. Ônibus, nem pensar, era impossível - e continua o sendo!
E, com mais certeza fiquei de pertencer a uma cidade/sociedade excludente, quando, ao tentar acessar um edifício público pela rampa executada para ser utilizada também por pessoas nas mesmas condições que as minhas - com mobilidade reduzida temporariamente - fui ao chão! Rampa íngreme + piso escorregadio = queda.
Foi o "start" para que eu começasse a enxergar que as cidades continuam, mesmo com as leis, sendo "projetadas" apenas para uma parcela da população: os seres "padrão" ou "normais"!
E a luta pela inclusão – grandiosa luta - que na minha visão deve ser de TODOS para TODOS, ganhou mais uma “formiguinha”.
E o TODOS a que me refiro são os CIDADÃOS, independentemente de possuírem, ou não, deficiências físicas, sensoriais ou cognitivas; conviverem diretamente, ou não, com pessoas que as tenham.
Acredito que todos nós podemos contribuir de alguma forma, com nosso melhor talento, para a inclusão. Sendo assim, aqui estou, contribuindo com o meu melhor TALENTO para o meu, o seu, o nosso DIREITO DE IR E VIR com autonomia, segurança e conforto.
Abraços.
Adriana Monteiro.
arqtuca@bol.com.br
Adriana Monteiro.
arqtuca@bol.com.br
Amilcar Zanellato - São Caetano do Sul
Olá Pessoas! Nasci com uma atrofia dos membros superiores provocada pelo princípio ativo de uma medicação, princípio ativo este denominado Talidomida, receitado para gestantes no período pré-natal, no final da década de 1950 e início da década de 1960. Isso significa que vim ao mundo com uma deficiência física; desconheço como é ser uma pessoa com forma humana padrão.
As implicações que essa condição me ofereceram foram muitas: o mundo a minha volta é construído para atender antropomorfia e antropometria padrões; minha relação espacial é de outra ordem e minha relação afetiva com o outro está condicionada, muitas vezes, à assimilação da existência de um outro padrão estético.
Essa singularidade que apresento levou-me a um engajamento político em defesa da plena acessibilidade que fôra se solidificando ao longo do tempo - desde o momento, na minha infância, em que minha mãe me levara à AACD e eu me recusava a aceitar prótese e ela a retornar comigo lá, me ensinando o conceito de desinstitucionalização da deficiência, passando pelos conflitos afetivos da adolescência em virtude de possuir outra estética formal aliada à presunção de incapacidade, até as dificuldades de ser aceito no mercado de trabalho - e hoje se consubstancia em minha participação neste Blog.
Espero que minha contribuição leve a todos a compreensão do conceito de desesinstitucionalização da deficiência, fundamental para a compreensão do significado de acessibilidade plena e inclusão. Aproveito para parabenizar pela iniciativa de se criar esse Blog e convidar as pessoas a darem sua contribuição.
Abraço de tartaruguinha,
Amilcar Zanelatto Fernandes
Fábio Minjoni - São Caetano do Sul
Sou usuário de cadeira de rodas, nasci assim! Estou aqui, neste blog, exercendo minha cidadania em busca de uma cidade melhor para nós, usuários de cadeira de rodas.
Quero meu direito de ir e vir, para todos os lugares, respeitado!
Quero pertencer à cidade, sobretudo, como um cidadão consumidor. Eu desejo consumir arte! Frequentar teatros, cinemas, casas de shows, assim como, desejo tomar minha cervejinha nos barzinhos, qualquer barzinho, e balançar o esqueleto na pista de uma danceteria!
Sim, sou festeiro e gosto de curtir a vida como todo jovem. Mas para que eu possa curtir a vida plenamente, os lugares devem estar adaptados e adequados as minhas necessidades, que são simples, basta, por exemplo, não ter degraus nos acessos dos estabelecimentos, que os sanitários sejam amplooooooos e se tenha nos ambientes circulações com no mínimo um metro e vinte de largura.
E vamos, juntos, conseguir as mudanças necessárias, mas isso não isenta vocês políticos das suas responsabilidades e obrigações, principalmente do legislativo, que deve fiscalizar e exigir do executivo que as leis sejam cumpridas. E seria muito importante para nós, usuários de cadeiras de rodas, que o legislativo deixasse de aprovar projetos de leis que tiram o nosso direito de ir e vir com autonomia e conforto (Constituição Federal), como por exemplo: a permissão de mesas sobre o calçamento público e que muitas vezes obstruem as rampas de acesso às calçadas.
Bom, é isso.
Fábio Minjoni.
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