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São Caetano do Sul, Região do ABCD /São Paulo, Brazil
Não sabemos o que somos e sim o que NÃO somos! Não somos uma organização não governamental sem fins e muito menos com fins lucrativos (ONGs); Não somos um INSTITUTO; Não somos uma INSTITUIÇÃO nem pertencemos a uma; Não somos de CONSELHOS nem representamos segmentos. Não defendemos bandeiras PARTIDÁRIAS. Sendo assim, somos ILEGÍTIMOS aos olhos dos Poderes Constituídos!

Câmara dos Vereadores do Município de São Paulo.

 Como está o acesso à Câmara de sua Cidade? 
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Postado em 11.07.2011


Imagem Google Maps.

Vivenciando o acesso principal da Câmara dos Vereadores do Município de São Paulo. (Palácio Anchieta)


Estivemos Amilcar e eu, no dia 31 de março, na Câmara dos Vereadores de São Paulo. Fomos dialogar com o Vereador Natalini sobre as barreiras de ordem programática contidas no Decreto Municipal que trata sobre a acessibilidade nas calçadas do município (leia sobre). Aproveitamos a passagem e solicitamos ao soldado Brandão, como também à assessora de imprensa da Câmara, Alexandra - que gentilmente permitiu imagens da área externa do Palácio e solicitou, caso detectássemos barreiras, para a enviarmos - a permissão para utilizarmos a cadeira de rodas que fica disponível no lobby do edifício. Disse-nos Alexandra que, com a passagem da ex-vereadora e hoje Deputada Federal Mara Gabrilli pela Câmara (para quem não sabe, a Mara é pessoa com tetraplegia), há uma preocupação por parte dos funcionários de tornar os espaços cada vez mais acessíveis.  Pessoas muito atenciosas. Gostei.

Observações da vivência
(não fora empregada nenhuma metodologia de análise).

Imagem de Amilcar Zanelatto.

Rampa sobre a área de passeio!

Eu, Tuca, considero rampas de acesso às calçadas sobre a "área de passeio público" um obstáculo!  Rampas devem ser construídas de modo que possibilitem o livre trânsito do pedestre com conforto e segurança, jamais devem ser construídas sobre a área de passeio.  Ao invés da solução exposta na imagem (passeio público com inclinação transversal superior a 2%), se tivessem  elevado o leito carroçável ao nível da calçada, já que o mesmo é somente utilizado para embarque e desembarque de pessoas, teríamos um acesso mais fluído e totalmente livre de obstruções.


Imagem de Amilcar Zanelatto.

Piso tátil de alerta sobre o passeio público pode causar quedas! 

O piso tátil de alerta da rampa sobre o passeio público, que neste caso serve para indicar à pessoa cega a presença de um desnível (inclinação transversal sobre o passeio que, segundo a norma técnica NBR 9050-04, não deve ser superior a 3%!, leia sobre)  impede que a pessoa se desloque com a cadeira de rodas confortavelmente, uma vez que, devido a inclinação transversal elevada (rampa), as rodinhas frontais tendem a direcionar a cadeira sentido à guia: fica difícil se manter no eixo de circulação! Além disso, o relevo característico destes pisos (tronco-cônicos) acabam por dificultar ainda mais o deslocamento. Lembrando de que pisos com relevos semelhantes ao do piso tátil de alerta podem causar trodeços e prováveis quedas ao pedestre.


Imagem de Amilcar Zanelatto.

Piso inadequado sobre o passeio público!

Piso em mosaico português não é adequado à área de passeio devido a irregularidade da superfície das pedras.  Além de fazer com que  dispositivos com rodas trepidem (cadeira de rodas, por exemplo), também dificulta o caminhar seguro de quem faz uso de sapatos com salto alto, por exemplo. Como o passeio em mosaico faz parte do patrimônio histórico, assim como o edifício, podia-se, ao menos,  lixar a superfície e rejuntar as pedras tornando a superfície do piso o mais regular possível. Outro problema é que estes pisos ficam escorregadios quando molhados! Pisos de áreas externas, como os das calçadas, devem ser antiderrapantes.




  Imagem de Amilcar Zanelatto.

Rampa com inclinação que exige esforço da pessoa  fere um dos princípios do Desenho Universal: mínimo esforço físico!

Apenas delimitaram com corrimãos o acesso para pessoas com mobilidade reduzida  na rampa de acesso existente ao Pálacio. Neste caso seria mais prudente uma rampa em "L" vencendo dois níveis.  Inclinação suave  = segurança, autonomia e conforto garantidos.

Imagem de Amilcar Zanelatto.
Obs. Poderia ter utilizado os corrimãos como apoio (impulso), ao invés de manipular as rodas da cadeira, mas penso nas pessoas que conheci e que utilizam a cadeira manual e não conseguem utilizar os corrimãos para impulsionar a mesma. Na imagem ao lado utilizo os corrimãos para facilitar a subida na rampa íngreme de uma drogaria em São Caetano do Sul.

 
 Imagem de Amilcar Zanelatto.

Piso tátil direcional dificultando o desempenho das rodinhas frontais da cadeira de rodas! 

É sabido que rodas não casam com pisos com relevo, então o que fazer neste caso? Uma pessoa que possui habilidades com a cadeira certamente a inclinará para trás de modo que as rodas frontais se elevem e, assim, passaria pelo "obstáculo" sem problemas. Porém eu, assim como muitas pessoas, não conseguimos essa façanha! Tudo bem que brigar um pouquinho com estes pisos depois de passar por uma rampa íngreme parece bobagem, mas primar pelo conforto e segurança nunca é demais!

 E quanto as pessoas com deficiência visual, não seria mais funcional ter um caminho retilíneo demarcado com o tiso tátil que guiasse a pessoa diretamente da calçada até o balcão de informações do Palácio ao invés de uma rota em zigue-zague? Passo a palavra às pessoas que fazem uso destes pisos...



Imagem de amilcar Zanelatto.

Baixo contraste entre o piso existente e o piso tátil!

Os pisos táteis auxiliam, além das pessoas cegas, as  pessoas com baixa visão. Portanto, garantir o contraste entre o piso existente  e o piso tátil é fundamental. 

O  piso tátil empregado na Câmara é o de coloração azul: esta cor em fundo cinza escuro não propicia muito contraste. Se o piso tátil fosse na coloração amarelo-segurança, teria maior contraste com o piso existente (cinza escuro). Porém, há pessoas que não enxergam cores como o amarelo, o azul, o verde e o vermelho (por daltonismo), assim como há pessoas que somente enxergam preto/branco e tons de cinza (visão acromática). 

Assim, acredito que o ideal seria trabalhar o contraste entre escuro-claro ou claro-escuro. Neste caso, fundo cinza-escuro com piso tátil branco, ou fundo cinza-escuro com piso tátil preto. OBS. O grau de iluminância (iluminação natural) deve ser levado em conta, assim como pessoas com baixa visão devem ser consultadas: afinal, o que seria de fato o ideal para elas? O que posso afirmar aqui, é que a cor do piso tátil tem que ter função: não é uma questão de preferência por essa ou aquela cor!

 Lembrando: piso tátil em áreas externas (expostos à chuva), devem ser de superfície antiderrapante; não sei dizer se o da Câmara (piso tátil flexível) possui esta característica.  

Ponto positivo: o piso tátil, ao invés de colado, está embutido no piso existente. Essa solução é interessante para uso interno nos edifícios, como nas estações do Metrô. Inibem os tropeções.


 
Imagem de Amilcar Zanelatto.

Acesso comprometido pelo trilho da porta!

As rodinhas da cadeira travaram! Os trilhos, por onde correm as portas, impediram o deslocamento livre da cadeira de rodas. Este "obstáculo" também pode causar tropeços e quedas! Segundo a norma técnica NBR 9050-04, estes deveriam estar embutidos (nivelados) no piso.  Uma solução dada pelo Amilcar fora o de se confeccionar uma placa (removível) e encaixá-la sobre o trilho, já que a porta fica constantemente aberta. Solução simples, rápida e de baixo custo. 



Imagem de Amilcar Zanelatto.
   
Obstrução no caminho!

Depois de "brigar" com o trilho da porta, já dentro do Palácio, ainda tive que manobrar a cadeira pois delimitaram o acesso com fita, direcionando a entrada pela esquerda. Um esforço a mais que poderia ser evitado se o acesso estivesse livre; afinal, o balcão de informações está logo à frente da porta. Além disso, o acesso ao balcão de informações, estando livre de obstáculos e contando com o piso tátil direcional,  permitiria maior autonomia às pessoas com deficiência visual.

Imagem de Amilcar Zanelatto.
Quanto ao capacho, a norma técnica NBR 9050-04 estabelece que este deverá estar embutido no piso. Embora o capacho da entrada do Palácio não esteja embutido, não tive problemas para deslizar a cadeira sobre o mesmo. Suas bordas são prensadas e está fixado ao piso. Já tropecei em capachos embutidos no piso! Esta imagem ao lado  demonstra um capacho que está embutido no piso, porém está solto.





Imagem Google Maps.

Finalizando:  
Segundo a norma NBR 9050-04 não é obrigatório a colocação de pisos táteis direcionais ao longo do passeio público. Somente há a obrigatoriedade quando houver  a interrupção ou a ausência do alinhamento das edificações, tal condição também fora adotada no Decreto Municipal nº 45 904 que trata da acessibilidade nas calçadas (saiba mais).

Como podemos notar na imagem, a ausência do alinhamento da edificação se dá no trecho que compreende o acesso principal ao Palácio Anchieta, portanto, segundo a norma técnica e o Decreto Municipal citado, deve haver uma linha guia com piso tátil neste trecho do calçamento.

Passo, novamente, a palavra às pessoas que fazem uso dos pisos táteis. Há alguém ai?


Tuca Monteiro

   
Próxima

 _________________________


Vivenciamos apenas o acesso externo ao edifício. Caso tenham  interesse de vivenciar  a acessibilidade arquitetônica e comunicacional nas dependências internas do Palácio Anchieta, não esqueçam de compartilhar conosco. Ficaremos gratos (as).

13 comentários:

  1. Verificaremos como está a Acessibilidade da Câmara de São Caetano do Sul, assim como a praça Cívica e o Plenário (a casa do povo) que é um edifício independente e novíssimo!

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  2. Gostaria de ir também, querida. Avise-me, por favor.

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