Do Principado, passando pela EuroSampa com destino a Reatech.
Por Tuca Monteiro
ReaTech 2010! Para quem nunca ouviu falar é uma feira que abrange tecnologia e acessibilidade, reabilitação e INTEGRAÇÃO da pessoa com deficiência a sociedade. Encontamos tudo, ou melhor, quase tudo que há de novidade nessa área além de palestras sobre assuntos pertinentes...
E lá fomos nós, meu amigo Amílcar (O Educador da Inclusão) e eu Tuca Pituca fazer a viagem até o YAB-A-QUAR-A (Jabaquara).
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De São Caetano do Sul ao Centro de Exposições Imigrantes |
E que viagem!
Saímos do “principado” de São Caetano do Sul no melhor estilo "ECO": “busão”! Um “busão” que não possui acesso para TODOS; aliás, nenhuma linha intermunicipal de São Caetano do Sul possui ônibus acessível (embora prefira um ônibus dentro do conceito universal, será que existe?). Pensando bem, seria muito pior se estivesse chovendo. Neste caso teríamos que alugar um bote para deixar o “principado”; contudo o sol nos brindou.
Primeira parada: terminal Sacomã. Dedinhos coçando e não resisti, saquei minha “arma” (sim, máquinas fotográficas são armas para os seguranças dos terminais), e
FLASH...
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1 e 2) caixa de inspeção e fila interrompendo o piso tátil.
3) segurança de OLHO em nós!
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Piso tátil sendo interrompido pelas caixas de inspeção e fila da bilheteria! É obvio que não levaram em conta os fluxos de pedestres e os pontos de concentração de pessoas ao locarem os pisos táteis!
Sem dúvida a melhor parte da viagem foi quanto adentramos o Metrô: um pedacinho da Europa na paulicéia desvairada. Alguém contesta? Amo o metrô, moraria no metrô - obviamente que fora dos horários de pico: tudo limpinho, cheirozinho, nada fora do lugar, pisos estáveis, não trepidantes, pessoas aparentemente “civilizadas”, acessibilidade plena...
Opa, plena??
Não sei, dúvidas pairam no ar...
Num primeiro olhar parece que está tudo perfeito, afinal estamos no Metrô, mas basta observar mais atentamente e começamos a identificar o que denomino de lapso. De fato em uma obra grandiosa como a do Metrô, a ausência de um corrimão e uma guia de balizamento em uma rampa só pode ser devido ao “esquecimento”, ...
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1) ausência de corrimãos e guia de balizamento.
2) piso do passeio trepidante - blocos intertravdos (paver)
3) toten do metrô sobre o passeio e sem piso tátil de alerta, "esqueceram" da pessoa cega!
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É um detalhe tão pequenino perto do TODO do Metrô (o TODO que deve ser o TUDO, como diz a jornalista da inclusão Claudia Werneck) que acaba passando despercebido pelos responsáveis; não pelos usuários.
Mas se se esqueceram deste detalhe, outros detalhes foram lembrados, e muito!!!! É piso tátil que não acaba mais: piso dando no nada,...
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Piso tátil direcional terminando num guarda-corpo de escada(?) |
piso que vai e vem em um incessante zigue-zague que só de olhar dá tontura. Imagina segui-los! Gente, como deve ser complicado definir eixos de circulação para as pessoas com deficiência visual! Quem faz uso destes pisos que o digam!
Chegamos ao Terminal Jabaquara,...
ahhhh... voltamos a realidade: pisos torturantes
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Mosaico português mal assentado. |
rampas íngremes, ausência de pisos táteis e entorno horripilante!
Obaaaa, PESSOAS com o mesmo destino...
Um grupo de pessoas com surdez extremamente comunicativas; porém, entre elas.
Olá eu existo! Excluída: é assim que me sinto quando estou próxima de grupos que se comunicam pela Libras!
Iniciar um curso de Libras e poder interagir com as pessoas, um desejo! Saber qual é a posição da pessoa sobre a inclusão no ensino regular, no mercado de trabalho; enfim, adentrar a “Ilha”: a ilha dos surdos.
Surpresa! Havia um ônibus acessível para o Zoológico. Quase mudei de rumo. Brincadeirinha.
Pegar a van da Reatech ou ir a pé, “ó duvida cruel”. Decidimos pela segunda opção: praticar a caminhabilidade seria interessante. E foi mais do que interessante: foi sacrificante!...
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O trajeto utilizando o meio de transporte a pé!Do Terminal Jabaquara a Reatech. |
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Nós e as pedras, as pedras e nós. |
A disputa do espaço com os carros fora insessante devido aos passeios estreitos, muitas vezes inexistentes, mal conservados e repletos de obstruções como na imagem abaixo: uma rua que dá acesso ao Terminal Jabaquara, portanto rota para pedestres, "portanto" deveria ter calçadas com passeios acessíveis por TODOS!
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Rua Nélson Fernandes |
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Rua Campo Bom |
Vias largas para carros como notamos na imagem acima e... Opa, cadê a faixa de passeio do calçamento ? Reparem que não há faixa para pedestre na calçada, porém rebaixaram a guia! Pergunto: para que acesso à calçada se não temos como caminhar sobre ela?
Dou garagalhadas (em pensamentos) quando as municipalidades ou os politico-zinhos vem com o discurso: Esse programa de melhoramento das calçadas busca resgatar o papel das... calçadas(?!). Convenhamos, calçadas sempre existiram desde as cidades coloniais (com outra função) e continuam a existir: calçadas para árvores, para poste, para orelhão! O que tem que ser resgatado, municipalidades, é o PASSEIO PÚBLICO para PESSOAS!
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Rua Getúlio Vargas Filho |
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Disputar espaço com os carros na rua Getúlio Vargas Filho? Nem pensar! Andamos em fila indiana no que restou do passeio da "praça(?)" Jutaí.
Enfim chegamos ao destino: Centro de Exposições Imigrantes. Ufa, que alívio! Não aguentava mais disputar espaço com os carros.
Opa... mais mosaico português?! Essas pedras nos perseguem!
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Acesso ao Centro de Exposições Imigrantes |
opa... mais obstruções sobre o passeio!
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Além do piso trepidante havia um poste e uma caixa de inspeção no caminho! |
Opa, opa, opa e OPA!... mais disputa com os carros! Desculpem, mas ou eu tirava fotos ou desviava dos carros. Como não sou boba, fiquei de olho nos carros e deixei meu momento fotógrafa de lado!
Ai ai ai, meus tornozelos já estavam chiando e tinha uma feira a ser percorrida.
Feira lotada, cadastro a ser feito e para onde se dirigir?
A resposta veio desse modo:
“Por favor, siga a faixa amarela (piso tátil direcional)”, disse o segurança. Senti-me a própria dona dos sapatinhos vermelhos do mundo de Oz.
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Google image |
Olha que bacana o piso tátil servindo como orientação não somente para as pessoas com deficiência visual, mas por TODOS! Gostei, chegamos com rapidez ao guichê de cadastro e graças ao piso tátil. Mas não pensem que havia piso tátil por toda a feira, apenas um trecho que compreendia alguns stands.
Eu, particularmente, tive dificuldades para me ambientar: lugares fechados com muitas pessoas e barulhos diversos me deixam bem desorientada; fico de fato estressada, com dificuldade de concentração, portanto não fiquei à vontade para explorar a feira e virar dos avessos as pessoas que lá estavam com perguntas e mais perguntas. Por que, por que e por que? ? ?
Vimos muitas coisas legais, como esses aparelhos para ginástica da PHYSICUS, que podem ficar ao ar livre em parques e praças.
Em São Caetano, temos os equipamentos da longevidade em algumas praças para as pessoas da melhor idade. Agora podemos ter também em São Caetano os mesmo equipamentos, só que para usuários de cadeiras de rodas que, convenhamos, necessitam muito fortalecer e alongar seus membros superiores para vencer as barreiras urbanísticas, não é pessoas? Por favor, digam que siiiiim!!!!!!
A impressora que imprime textos em Braille. Preço: vinte e nove mil reais! Tecnologia importada. Segundo a mocinha atenciosa que nos atendeu, da Civiam Alfabeto Braille (falha minha, esqueci de anotar os nomes das pessoas), existem somente quatro gráficas que fazem impressão em braille em São Paulo, e que embora a cidade seja um pólo gastronômico não há procura para a confecção de cardápios em braille por parte dos comerciantes que acreditam não serem necessários, já que o garçom pode ler para a pessoa.
É uma questão de autonomia, de inclusão, e um direito adquirido por lei! Tem que ter cardápio em Braille nos restaurantes, nas lanchonetes, nos bares, botecos, botequins e afins...
Mas, e na feira, será que havia cardápio em Braille no espaço para alimentação? Não saberei dizer, se bem que as pessoas com deficiência visual estavam sendo conduzidas por guias - pessoas voluntárias que receberam treinamento. É, do jeito que as calçadas estão sendo planejadas pelas municipalidades, do modo como estão locando os pisos táteis nos ambientes o melhor é ter um guia a disposição!
Vou abrir uma empresa:
Alugam-se pessoas guias de pessoas cegas.
E quem sabe ter um stand no ano que vem na ReaTech! Afinal, estamos falando sobre uma feira que gerou R$ 290 milhões em negócios!
No stand da Rea Team andamos de cadeira de rodas. Adorei!!! Essas cadeiras são tão leves e confortáveis que solicitei uma para percorrer a feira, um “test drive”, mas tiraram o doce da criança. Apreciei o nível na rodinha frontal e no eixo das rodas traseiras para mostrar se estão em um ângulo de noventa graus e, assim, facilitar a manutenção da cadeira, que convenhamos com tantos pisos trepidantes que os governos e os munícipes estão adotando para o calçamento haja manutenção das rodas!
Na motorizada cheguei a sentar, porém não arrisquei: fiquei com receio de causar, sabe como é, mulher ao volante perigo constante (risos). Somente não gostei dos preços. Como são caras as cadeiras e os acessórios, é mais fácil comprar uma motocicleta! Ainda mais com a ajudinha oferecida pelo Governo Federal: créditos e isenção de impostos. Esse governo é mesmo uma mãe para alguns grupos econômicos. Não esquecendo que o índice de acidentes de trânsito com motos é alarmante!
Subi em um táxi acessível da Angelu`s, utilizando-me da cadeira. Deu um friozinho na espinha, contudo gostei do conforto e segurança garantidos! Pessoal do Sul, tudo de muito bom!
Aliás, depois de disputar espaço com os carros nas vias públicas o máximo que me permiti foi bisbilhotar um táxi acessível. Fugi dos stands das concessionárias de veículos, havia até área para “test drive”! E olha que o povo “malacabado”, como diz Jairo Marques, consome carro(!): cerca de R$ 800 milhões são gastos com o consumo de carros e adaptações. Em pensar que a maioria das pessoas mal possuem uma cadeira de rodas descente para se locomoverem!
E a fuga também ocorrera dos stands das agências bancárias! Ora, ora, ora passo um nervoso toda vez que vou a uma agência bancária, não somente pela demora no atendimento que sempre excede os quinze minutos, mas também, por notar o descaso com que os ambientes estão sendo “adaptados” as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
É assim que me sinto...
E por falar em Sul, o pessoal marcou presença na feira...
Havia um stand de um grupo de estudantes da Universidade de Pelotas (RS) apresentando um protótipo. Como fiquei acometida por um lapso, o amigo Amilcar fez a gentileza de descrever-nos o projeto: “trata-se de um dispositivo (como um celular) que a pessoa cega que o portar, digitando o número da linha e o acionando ao chegar em um ponto de ônibus, emite frequência que será recebida pelo ônibus que deseja embarcar. Assim que o veículo atinge o raio de alcance da frequência, o motorista é alertado por sinal luminoso e responde ao sinal, parando no ponto para embarque da pessoa cega.”
E da-lhe chimarrão! A prefeitura de Caxias do Sul se interessou pelo projeto dos universitários. Parabéns.
Stand do SENAI uma grandiosa dúvida! Nos deparamos com um projeto cujo nome era: Plataforma Vibratória para Pessoas com Deficiência Visual elaborado por alunos da escola SENAI Mariano Ferraz.
Contudo o protótipo apresentado, como podemos notar na imagem, fora de uma RAMPA vibratória. Isso mesmo, uma rampa que vibra indicando a pessoa cega que o semáforo está verde. Fora assim que o expositor nos explicou! E confesso que meus cabelos chegaram a arrepiar ao ver e ouvir sobre a tal RAMPA vibratória. Já imaginaram as rampas de acesso às calçadas que já são íngremes também vibrando?!
Tal dúvida me fez pesquisar e pesquisar, porém não encontrei absolutamente nada na Internet sobre o projeto da escola SENAI Mariano Ferraz. Alias me deparei com um projeto semelhante e muito bacana, inclusive premiado!
Trata-se de um Sistema de Sinalização de Trânsito para pessoas com deficiência sensorial criado por três garotas (Aline Ferreira, Aline dos Santos e Alessandra Rocha) do curso de aprendizagem em eletrônica industrial do SENAI de Curitiba. O sistema consiste de uma PLATAFORMA vibratória localizada no mesmo nível do solo que vibra quando o sinal está verde (obviamente que deve ser associada ao piso tátil direcional). Ao contrário do sistema sonoro que imite um ruído alertando somente a pessoa cega, está plataforma possibilitará o uso também das pessoas com surdocegueira.
Sobre a dúvida... continuamos com ela!
Os vasos sanitários! Fim do mistério da abertura frontal dos vasos e dos assentos.
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Imagem google image |
Gente, não sabíamos qual era de fato a função destas aberturas. Graças à senhora simpática da MEBUKI ficamos sabendo que é para facilitar a higiene íntima da pessoa. Muito útil à pessoa idosa que é assistida e requisitado principalmente pelos hospitais. Opa, ficamos diante de um dilema: ter ou não ter tais vasos e tais assentos nos sanitários de uso público? Ajuda uns; porém, atrapalham outros: como as pessoas com paraplegia cujas pernas tendem a cairem no vão!
E falando em vaso sanitário, o que eram aqueles sanitários químicos ditos acessíveis!?? Vi pessoas que não conseguiram entrar “naquilo”. Um horror! Conversamos sobre sanitários com uma pessoa usuária de cadeiras de rodas do stand da ATRADEF que gentilmente foi nos mostrar suas dificuldades no sanitário acessível do pavilhão. Uma aula do que não deve ser feito. Suas colocações foram as seguintes:
- um absurdo haver somente dois sanitários acessíveis (com duas cabines cada) por toda a feira e para uso tanto de homens quanto de mulheres (unisex).
- não há lavatório dentro da cabine. Para quem faz uso de sonda isso é um problema. Ele mesmo não usou o sanitário da feira. “Como faço? Lavo minhas mãos no lavatório FORA da cabine; aí terei que me deslocar até a cabine para fazer a troca, só que já contaminei minhas mãos ao pegar no aro da cadeira e ainda terei que manusear a porta! Sem condições.”
Das pessoas que conheço que fazem uso da cadeira de rodas, apenas uma não faz uso de sonda! E não podemos nos esquecer das pessoas que usam a bolsinha coletora (colostomia).
- pessoas que usam fraldas necessitam de um banco confortável dentro da cabine e, portanto, espaço para fazer a troca, assim como a duchinha higiênica para a assepsia.
Quando um bebê faz xixi na fralda a mamãe não faz a limpeza com a finalidade de evitar assaduras e mau cheiro? E para isso não deve ter um local adequado para tal troca? Então, para as pessoas que fazem uso de fraldas é a mesma situação.
- assento do vaso deve ser almofadado para não machucar.
- a ausência de uma das barras de apoio lateral dificulta o uso do vaso sanitário, sobretudo de pessoas que fazem uso da muleta sueca.
A norma técnica indica apenas uma barra lateral e outra frontal. Outro dilema: colocar ou não a terceira barra, que neste caso deverá ser articulada. Vimos barras no stand da Teckinox, porém o sistema de articulação não é de fácil manuseio. Travou quando manuseei, travou quando o expositor manuseou.
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Catálogo Teckinox |
E naturalmente que não posso esquecer de um apessoa muito especial (gostaria de citá-la pelo nome, porém não solicitei autorização para tal) que conhecemos no stand da EXPANSÃO – Laboratório de Tecnologia Terapêutica. Trata-se dessas raras profissionais que lutam pelo direito ao desenvolvimento da pessoa com deficiência cognitiva severa e que muitos profissionais tendem a rejeitar. Jamais esquecerei de sua frase:
“Uma novela conseguiu o que nós não conseguimos em trinta anos!!”
Não, não pensem se tratar de um elogio à “novelita” global e seu “marqueting” social; é uma crítica que nos leva a reflexões profundas, ácidas, daquelas que incomodam tanto, mas tanto que nos obriga a sair da zona de conforto. Amílcar, querido Amílcar, poderias tu nos presentear com tais reflexões?
Fez críticas contundentes e com conhecimento de causa sobre as posturas nada éticas das instituições que lidam com reabilitação, sobretudo, da aquisição de cadeiras de rodas padronizadas (solicita-se ao governo a verba para a aquisição da cadeira “x” porém se adquire a cadeira “y” de qualidade bem inferior), que acabam comprometendo o desenvolvimento da criança, e do sistema de saúde público estadual que pouco investiu nesse segmento.
Penso: quantas pessoas especiais como esta deixei de conhecer na feira? Quantos Amilcares estavam ali e não enxerguei! Quantas pessoas de fato terão acesso as tecnologias expostas na feira?
Descobri que a Reatech não é simplesmente uma feira voltada para a área médica e as instituições, ou como deseja seus idealizadores, uma feira de negócios...
É muito mais: é um evento social!
Um local de encontro e reencontro, de diversão, de troca, de debates onde a diversidade, ou boa parte dela, está presente. Onde pais levam seus filhos para “conhecer” essa tal diversidade!
Porém, essa rica diversidade humana não deve estar somente em feiras como a Reatech, e sim em todos os lugares e, para isso, a sociedade deve lutar por ambientes que sejam realmente inclusivos, onde as pessoas possam encontrar e reencontrar outras pessoas; possam se divertir, trocar. E quem sabe fazer seu “xixi” como todas as demais pessoas: com dignidade! Ambientes que possibilitem sempre e sempre a interação de tal modo que os pais não mais necessitem levar seus filhos as “Reatechs” com o intuito de perceberem que somos todos diferentes, e que isso é natural, é do Ser humano.
Enfim, termino a viagem me perguntando: será que o pouco que está sendo feito nas cidades quanto à elaboração de espaços livres de barreiras, sejam urbanísticas ou arquitetônicas, ou quanto à mobilidade urbana, atenderá os anseios de uma sociedade inclusiva?.