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São Caetano do Sul, Região do ABCD /São Paulo, Brazil
Não sabemos o que somos e sim o que NÃO somos! Não somos uma organização não governamental sem fins e muito menos com fins lucrativos (ONGs); Não somos um INSTITUTO; Não somos uma INSTITUIÇÃO nem pertencemos a uma; Não somos de CONSELHOS nem representamos segmentos. Não defendemos bandeiras PARTIDÁRIAS. Sendo assim, somos ILEGÍTIMOS aos olhos dos Poderes Constituídos!

Um olhar “Inclusivo” sobre a Nona Bienal Internacional de Arquitetura de SP - Introdução.



Postado em 12.12.2011



 Por Tuca Monteiro.
 
“Eles” dizem: 
Arquitetura para TODOS! 

Nós perguntamos: 
 Quem cabe neste TODOS?

  
Muito se tem dito nas mídias - pouco na televisiva; mais nas mídias impressas e, maciçamente, nas redes sociais - sobre as questões concernentes ao universo da pessoa com deficiência e mobilidade reduzida e a inserção deste segmento na sociedade como pessoas detentoras de direitos e protagonistas de suas vidas...

Direito de pertencer à sociedade: uma sociedade livre das barreiras de atitude! Direito de pertencer à cidade: uma cidade livre de barreiras arquitetônica, urbanística, comunicacional, programática... SOCIAL. Enfim, uma sociedade e cidade inclusivas: Para TODOS! 

Para todos, de todos... 

Percebo que cada vez mais estas palavrinhas estão ecoando País afora, sejam nos discursos institucionais, sejam em slogans governamentais. Quem ainda não ouviu ou leu a frase: "Brasil: um país de TODOS"; ou: "São Caetano do Sul: uma cidade para todos"; ou ainda: "São Bernardo do Campo": a cidade da inclusão"?

Palavras ao vento?

Certamente!

Enquanto houver CIDADÃOS E CIDADÃS vivendo em situação similar ou pior a desta família, o para todos, o de todos, o inclusivo serão apenas palavras ao vento.

Família vivendo em condições subumana (cortiço) - São Caetano do Sul.

Como não poderia deixar de ser, o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) também abraçou o “para todos!” Em novembro, o IAB promoveu a 9º Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que aconteceu na "Oca" (Pavilhão Lucas Nogueria Garcez - Parque do Ibirapuera) cujo tema fora: 

Arquitetura para todos: construindo cidadania. 

Emoldurado pelo discurso: 

"(...) Pretende-se uma nonaBia que tenha como público preferencial a sociedade como um todo, e não apenas a corporação. Será, portanto, uma Bienal de Arquitetura onde o público, o cidadão, será o protagonista, se reconhecendo em cada projeto exposto, em cada publicação, em cada visita. E conhecendo as possibilidades que a Arquitetura e Urbanismo oferecem de organização de seus espaços de viver, de construção de seus espaços de exercício de cidadania. Uma aproximação que se dá, sobretudo, no sentido de mostrar a força e a importância da Arquitetura e Urbanismo na construção de uma sociedade mais justa e solidária, que possa viver em uma cidade mais bela, eficiente e sustentável(...)"  
A curadoria.   
Fonte: IAB-SP


Com um tema desta natureza e um discurso afinado sobre a “simbiose” entre o ser humano, como protagonista da sua história (!), a arquitetura e, sobretudo, o urbanismo, não poderia deixar de prestigiar mais uma vez a Bienal. 

Digo mais uma vez, pois estivemos na Bienal anterior, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, cujo tema fora ECOS Urbanos - Espacialidade, Conectividade, Originalidade e Sustentabilidade. 

Diferentemente da anterior, desta vez fomos acompanhados de um objeto que está, cada vez mais, fazendo parte do meu cotidiano: a cadeira de rodas. 

Não, não sou usuária da cadeira de rodas, não sou pessoa com deficiência, mas estou "pairando" neste universo e sinto intensamente a necessidade de vivenciar os espaços de uma outra forma que não seja apenas a do meu tronco elevado pelos meus membros inferiores. 

Se na 8º Bienal a Acessibilidade estava ausente, esquecida, como presenciamos, me pareceu “obvio ululante” que nesta a Acessibilidade reinaria soberana: afinal, quando pensamos para o TODO, Arquitetura para TODOS (!), Bienal para TODOS (!) parte-se do princípio de que as pessoas com deficiência - seja física, sensorial ou intelectual - estarão incluídas, e, desse modo, não somente o parque do Ibirapuera e o edifício arquitetônico, neste caso a Oca, como também toda a exposição e os projetos ali expostos deveriam possibilitar o pleno acesso de todos a tudo. 
  
É o que observaremos na próxima postagem.







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