Sobre o Movimento Popular INCLUA-SE

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São Caetano do Sul, Região do ABCD /São Paulo, Brazil
Não sabemos o que somos e sim o que NÃO somos! Não somos uma organização não governamental sem fins e muito menos com fins lucrativos (ONGs); Não somos um INSTITUTO; Não somos uma INSTITUIÇÃO nem pertencemos a uma; Não somos de CONSELHOS nem representamos segmentos. Não defendemos bandeiras PARTIDÁRIAS. Sendo assim, somos ILEGÍTIMOS aos olhos dos Poderes Constituídos!

Flagra - Lixo sobre o passeio público!


Postado em 25.6.2012




Flagramos em São Caetano, ...

na rua Rio Grande do Sul, ao lado da Câmara Legislativa, este "lixo" (reciclável) espalhado sobre o passeio público e impedindo a circulação de pedestres, sobretudo, de pessoas com deficiência visual e pessoas que fazem uso da cadeira de rodas, de andadores, de muletas ou que estejam conduzindo carrinho de bebê.

Educação Ambiental Já!
Tuca Monteiro.


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Apta apesar do defeito físico: o Ciretran.




 Postado em 21.06.2012




 Por Priscila  Santos.        




Chamo-me Priscila e tenho uma deficiência física decorrente da paralisia cerebral e aqui, no blog do Movimento Inclua-se!, relato minha indignação, encaminhada à Ouvidoria Municipal e Ministério Público, com a falta de informação de certos Órgãos Públicos de São Caetano do Sul. 

Estava em processo de renovação da minha CNH e aproveitei para solicitar a alteração do campo “observações” do meu documento, pois desde 1998, quando dei entrada na minha primeira CNH, sou “classificada” como: "APTA APESAR DO DEFEITO FÍSICO", o que me causa um desconforto descomunal. No desenrolar do processo enfrentei muitas dificuldades devido às barreiras arquitetônicas e pela falta de informação dos Órgãos competentes. 

No Ciretran de São Caetano do Sul, onde dei início ao processo, tirei as digitais, fotos e demais procedimentos e de lá fui encaminhada ao exame médico que, segundo a atendente, poderia ser feito no prédio 500 da rua Manoel Coelho ou com Dr. Benedeti, na rua Paraíba - médicos credenciados do Ciretran de São Caetano do Sul. Dirigi-me ao prédio da rua Manoel Coelho, prédio este sem Acessibilidade alguma, como constatei no local, onde fora informada que passaria por uma "banca especial” e que, infelizmente, nenhum médico em São Caetano estava cadastrado e apto para tal! Detalhe: o Ciretran de São Caetano me enviou para um local sem Acessibilidade e sem saber que não há profissionais aptos para compor esta tal de “banca especial”! 

A assistente do médico de São Caetano me orientou a procurar por uma médica cadastrada em São Bernardo do Campo. Sem saber de como se dava o processo fui atrás da médica e que, para minha “‘felicidade”, dissera que não poderia me atender, uma vez que o encaminhamento se dera pelo Ciretran de São Caetano do Sul. Teria que passar pelo Ciretran de São Bernardo! Sendo assim, me dirigi ao Ciretran de São Bernardo para retirar o pedido da banca, mesmo tendo feito todo o trâmite em São Caetano do Sul. 

Fiquei por volta de duas horas para ser atendida e, finalmente, com o laudo em mãos o levei ao Ciretran de São Caetano. Agora, aguardo pacientemente minha CNH ser renovada. 

Penso: até que ponto o Ciretran de São Caetano pode agir de forma tão precária em relação a casos como o meu e de outros na cidade? Quantas pessoas com deficiência não passaram ou passarão pela mesma dificuldade e tensão que eu passei? Quantos não perderam dias de trabalho, como eu perdi, para correr atrás de informação que estes Órgãos deveriam estar capacitados a dar? É fácil ficar "sentado" do lado de trás de uma mesa e de um computador fazendo as pessoas de marionetes sem se preocuparem em dar as devidas informações! Fiquei seis horas "pulando" (me desculpem a expressão), literalmente, de Órgão em Órgão para resolver isso! Esta novela levou duas semanas! 

Seis horas que perdi do meu trabalho, sem citar a dificuldade que é para se chegar até estes Órgãos: encontrar uma vaga para estacionar o carro, saber para onde se dirigir; enfim, o total desrespeito com a pessoa com deficiência. 

Com toda a dificuldade - barreiras arquitetônicas - que nós, pessoas com deficiência, enfrentamos cotidianamente e ainda ter que lidar com a incompetência de um Órgão como o Ciretran de São Caetano de não informar corretamente, é demais! Senti-me uma palhaça! 

Google maps.
Locais em São Caetano sem acessibilidade alguma, sem vagas de estacionamento para pessoas com deficiência: aquele prédio 500 da Rua Manoel Coelho é absurdamente ridículo e o Ciretran direciona pessoas com mobilidade reduzida para lá! Tentem imaginar a dificuldade que sofremos, a dificuldade que sofri, para simplesmente renovar um documento! 



Espero que os dirigentes, secretários da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) de Obras (Seohab) e da dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (Sedef) tomem as medidas cabíveis quanto a informação aos munícipes com deficiência. Tenham como exemplo São Bernardo do Campo, não estou aqui dizendo que tudo seja uma maravilha, porém, neste caso, não tive dificuldade alguma para estacionar meu carro com a devida vaga de acessibilidade em frente ao consultório, acesso a clinica totalmente adaptada. 

Gostaria de uma maior fiscalização por parte destes Órgãos quanto à exigência das adaptações, principalmente, em locais de Saúde! 

COMO RESPOSTA DA OUVIDORIA OBTIVE:  

"Em atenção à solicitação da Sra. Priscila, informamos que a solicitação foi encaminhada ao Del. Pol. Diretor da 71ª Ciretran de São Caetano do Sul, Dr. Francisco, via ofício nº 351-12, para que sejam tomadas providências. Atenciosamente, Fabiana Dias Tavares SEMOB."

Agora pergunto: Quais providências serão tomadas? Até o momento não fui informada de nada.

Priscila Santos.

A inacessibilidade da Fundação das Artes - São Caetano do Sul.





 Postado em 17.06.2012








O que sai nas mídias... 






São Paulo-SP, 10/01/2003 

Viviane Louro


Questões como a acessibilidade nas escolas e nos transportes também são um empecilho ao aprendizado de música.

(...) 

“Caroline Pedreira de Brito é estudante de canto lírico da Fundação das Artes de São Caetano do Sul há 4 anos. Ela nasceu com uma doença neurológica denominada "Amiotrofia Espinhal Progressiva", que a impede de andar sem o auxílio de cadeira de rodas. 
Apesar de seu problema de certa forma dificultar o ato de cantar, Caroline diz que o que lhe impede de progredir nos estudos da música é, justamente, a falta de adaptação existente na escola. Para poder freqüentar as aulas, ela precisa ser carregada pelos amigos de classe, pois não há rampas nem elevadores no interior do prédio. 
Outro problema encontrado pela estudante está relacionado aos banheiros da instituição. Nenhum deles oferece condições para que Caroline os utilize, uma vez que não possuem portas largas para possibilitar a passagem da cadeira e nem barras de apoio nas paredes. A escola possui três banheiros, sendo que um deles é coletivo, mas nenhum adaptado. Caroline comenta que já deixou de fazer diversos cursos promovidos pela escola justamente por não poder ficar um dia inteiro sem poder ir ao banheiro, pois os cursos eram em tempo integral. 
A Fundação das Artes de São Caetano fica na avenida Visconde de Inhaúma, em São Caetano do Sul. Devido ao fato do intenso movimento dessa avenida, seria necessário uma área reservada para embarque e desembarque de deficientes dos automóveis, mas essa área inexiste. E esse fator também atrapalha Caroline quando seu pai não consegue encontrar vaga para estacionar em frente à Fundação. O problema se agrava em dias de chuva. 
Apesar de Caroline freqüentar a Fundação das Artes há 4 anos, nunca lhe foi perguntado se algo poderia ser feito para facilitar seus estudos ou seu acesso à escola.” Leia matéria na integra>> 

Fonte: Rede SACI.


O Movimento Inclua-se! comenta! 

Em 20 dezembro de 1999 fora sancionado o Decreto Federal 3.298 - quase um ano após a entrada da Caroline na Fundação das Artes - que regulamenta a Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989, e que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências (sic). O artigo 19 deste Decreto determinara que os ambientes escolares, inclusive os profissionalizantes, como é o caso da Fundação, devem sofrer adaptações e outras que garantam o acesso, a melhoria funcional e a autonomia da pessoa com deficiência


Sendo assim, e já que vivemos em um Estado de Direito, o edifício onde está situado a Fundação das Artes deveria ter passado por reformas, adaptando-o à norma técnica NBR 9050-94 vigente na época, logo no início do ano (2000), de modo que a Caroline, ao iniciar suas aulas de música, encontrasse todos os ambientes utilizáveis e utilizados por ela plenamente acessíveis às suas necessidades - se bem que este direito já estava assegurado à aluna pela lei citada de 89(!); mas como pudemos notar na matéria de Viviane Louro, a Caroline teve seu direito cerceado e continuou enfrentado dificuldades, devido aos ambientes inadequados, ao longo de todo o ano letivo!

Em 19 de dezembro de 2000, dois anos após a entrada da Caroline na Fundação, entra em vigor outra Lei Federal, a 10.098, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências (sic). Esta lei garante mais direitos à cidadã como a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicaçãoOu seja, a Fundação das Artes, mais uma vez, deveria ter passado por ampla reforma, mas, novamente, a Caroline teve que enfrentar dificuldades, pois a administração pública da época (gestão Tortorello - PTB) continuou a negar este direito garantido por Leis e Decreto-Federal a cidadã como se a mesma não existisse: é o que denominamos de ciclo da invisibilidade.

Passados 4 anos da promulgação da Lei Federal 10.098 - e provavelmente a Caroline já não mais frequentava a Fundação - fora sancionada em 2 de dezembro de 2004 o Decreto Federal 5296, que regulamenta as leis 10048 e 10098,  garantindo muito mais direitos às pessoas com deficiência. Neste Decreto ficara estabelecido prazos para que TODOS os edifícios públicos (próprios municipais, estaduais e federais) estivessem plenamente acessíveis até 2007; mas a Fundação das Artes continua inacessível...

Inacessível, embora haja servidores públicos com cargos comissionados, inclusive do mundo da ARTE(!), que insistem em dizer que a Fundação possui Acessibilidade, já que duas rampas foram feitas no local na primeira gestão "Auricchiana" (PTB) (segundo funcionárias da secretaria da Fundação)...

Pergunto: Rampas, ou escorregadores? Acessibilidade real, ou a falsa Acessibilidade?

Imagem Tuca Monteiro.

Para o olhar distorcido de muitas pessoas sem deficiência, estas rampas bastam para se garantir o que chamam de "inclusão"; afinal, para quem defende o conceito integracionista (excludente) fundado no modelo caritativo-médico (entenda sobre lendo http://incluase.blogspot.com.br/2012/03/modelos-sobre-questao-da-deficiencia.html), lugar de pessoas com deficiência, como a Caroline, são nas instituições asilares, e não em uma Fundação das Artes.


Esta prática demonstra a  visão estreita do "grupo" que sempre "comandou" este "principado" (incluindo o Legislativo ): como "adaptam" por força da lei ( o Ministério Público está sempre no "pé" da administração), fazem as adaptações de modo que as pessoas com deficiência  não consigam utilizar os espaços com autonomia e independência, como é o caso do Mário, usuário de cadeira de rodas ...


Imagem Tuca Monteiro.

que ficou impossibilitado de adentrar a Fundação, pois não sentiu segurança em descer pela rampa absurdamente íngreme e escorregadia, mesmo com a ajuda do funcionário; afinal como bem lembrou Mário na ocasião: "não quero ser carregado, quero meu direito de ir e vir com autonomia respeitado!"


Aliás, carregar pessoas com mobilidade reduzida é uma das atribuições dos funcionários que ficam na mesa logo na entrada. Acredito que as tais rampas foram feitas para facilitar a vida destes funcionários: mínimo esforço físico! Seria cômico se não fosse desumano!




Imagem Tuca Monteiro.


Em 2011, os alunos e alunas da Fundação iniciaram uma mobilização, por um abaixo-assinado, exigindo a reforma do edifício contemplando a Acessibilidade Plena (adorei a iniciativa!). Tal mobilização se dera porque a administração havia "prometido" em 2009 a reforma e reinauguração da mesma para o final de 2010. Fonte: http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=35061

Segundo nota no Diário do Grande ABC Liana Crocco (PV) diretora nomeada da Fundação das Artes diz:

"Quanto à reforma física, a diretora adianta que a Fundação terá seu espaço adequado às necessidades atuais. Algumas salas terão seu tamanho reduzido ou ampliado de acordo com a frequência de cada aula. Também serão promovidas alterações prevendo melhor acessibilidade aos portadores de necessidades especiais (sic)."  Abril de 2010. Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5804373/justa-homenagem.aspx

Passados dois anos da tal promessa de reforma feita pela administração Auricchio e mais de 20 anos da primeira lei federal que garante o direito às pessoas com deficiência à educação, a Fundação das Artes continua sem a reforma. O motivo, segundo a administração: as prioridades têm sido a saúde e a educação!

Pelo visto, a educação e a formação profissional das pessoas com deficiência, não são prioridades desta administração! E viva o Integracionismo, e viva as instituições asilares e segregadoras!

Contudo, tenho um caminho muito mais assertivo para este caso: a 8a. Promotoria de Justiça. Querem ver só como a verba aparece rapidinho e a reforma sai em questão de semanas? Que promotor (a) não se sensibilizaria com o depoimento de pessoas como a cidadã e detentora de direitos Caroline Pedreira de Brito? 

Tuca Monteiro.



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Modelos sobre a questão da deficiência e as candidaturas à eleição.


Postado em 13.06.2012






Por Amilcar Zanelatto.


Procuro ir às Sessões da Câmara sempre que posso, mormente quando há discussões de Projetos de Leis que envolvam as questões da deficiência, quer sejam sobre Educação, Saúde, Cultura, Mobilidade Urbana, Comunicação, Trabalho; dentre outras discussões.


Fico contente quando o tema Acessibilidade é colocado em pauta: contente porque os nobres edis vão até o púlpito e falam sobre o tema.


Mas me entristeço quando ouço o que dizem: embora bem intencionados os nobres edis, são equivocados, por ignorarem completamente o significado de Acessibilidade e sobre a questão da deficiência.
Na Sessão de 29 de Maio de 2012, por exemplo, ficou absolutamente evidenciado, nos discursos, o Modelo que segue São Caetano do Sul pela representatividade parlamentar: o Modelo Caritativo. O arcaico Modelo Caritativo. 


Até mesmo o discurso sobre o projeto de lei apresentado pela prefeitura, que foi aprovado em primeira votação e que dá R$ 85.800,00 (oitenta e cinco mil e oitocentos reais) a uma Escola de Educação Especial da cidade, do único edil dito de “oposição”, Edgar Nóbrega (PT), foi desastroso: “respeito o trabalho das Instituições”, disse Edgar. Eu também respeito o trabalho das Instituições, mas não o Modelo que adotam para desenvolverem seus trabalhos. É necessário ressignificá-las: não se deve apoiar Instituições que segregam.
Já dei uma bronca enorme em Edgar, na porta do Gabinete dele, sobre sua postura quanto ao tema. Ele é pré-candidato a prefeito e não quer ficar “de mal” com ninguém, por isso aprova Leis de subsídio sem fazer o devido questionamento.
Ruim isso, Edgar: você tem em sua assessoria uma pessoa de extrema competência, a Maria Inês, meu rapaz: a ouça!


Fabio Palácio (PR) também tratou do tema Acessibilidade, no momento de suas explicações pessoais: falou que seu partido, PR, promoveu um encontro de mulheres e que o tema fora Acessibilidade. Legal isso: penso que é importante se discutir o tema em todos os partidos, mesmo nos mais conservadores, até mesmo nos excludentes e higienistas. Entretanto, Fabio Palácio (PR) foi tímido em sua fala, uma vez que usou o velho jargão (para não se comprometer, claro) de que “a cidade precisa avançar” quanto à questão da Acessibilidade. Ele disse que a atividade contou com a palestra de uma “cadeirante” (sic) e com a presença da Secretária da SEDEF, Lílian Fernandes. Como eu não estava presente na atividade, não ouvi a “cadeirante” (sic). Mas senti, pelo discurso de Fabio Palácio (PR), que ela deve ter feito críticas óbvias às políticas adotadas pela atual administração e à tal e muito propagandeada “Acessibilidade” da cidade. Como o PR é aliado ao PTB, que governa a cidade há 30 anos, não foi uma fala comprometedora, a de Fabio Palácio (PR). Como sempre.


Gersio Sartori (PTB) também ocupou a Tribuna para tratar do tema: falou sobre Acessibilidade, sobre a Câmara ser acessível (sic), que é um dos equipamentos públicos “reconhecidamente acessível” (sic), e elogiou o atual Presidente da Câmara, Sidnei Bezerra (PSB), por ter “terminado o projeto” de acessibilidade (sic) da Câmara.
 É advogado, Gersio Sartori, e fora Presidente da Câmara, também. Nós, do Movimento Inclua-se! vamos demonstrar (percebam bem: demonstrar), que a Câmara não é, de fato, acessível.


Mas a fala sobre o tema mais impressionante fora do vereador e presidente da APAE de São Caetano do Sul, Jorge Salgado (PTB): eu tenho apenas 50 anos de idade, mas pude me sentir no século XIX (em algarismo romano, mesmo). Afinal, o que defende o nobre edil e presidente da APAE é o Modelo Caritativo na sua essência e, em sendo assim, é tão arcaico que devemos nos referir ao tempo em que ele se encontra em algarismo romano. E suspeito que, por não se entender absolutamente nada do que diz (não estou brincando: é ininteligível o discurso dele. Melhor: ele não faz a menor ideia do que fala) ele deva conhecer o sânscrito como língua, mas já deve estar se modernizando e aprendendo o latim.
Mas seria cômico se não fosse trágico: as pessoas ditas representantes do povo falam sobre Acessibilidade sem terem a menor noção de seu real significado.

Este ano há eleição municipal e os citados neste texto concorrerão ao Legislativo, exceto Edgar Nóbrega, do PT, por enquanto (devido a uma possível aliança com o PMDB) oficialmente pré-candidato ao Executivo. Há pré-candidaturas de pessoas com deficiência ao Legislativo, como de pessoas sem deficiência que têm como mote de campanha e como discurso a questão da deficiência; ao Executivo, somente candidaturas de pessoas sem deficiência.

Mas qual o Modelo - dentre os Modelos Caritativo, Médico, Social e de Direitos Humanos - que pré-candidato(a)s ao Legislativo e Executivo, com ou sem deficiência, ainda defendem e perpetuam? Conheça sobre os modelos lendo: http://incluase.blogspot.com.br/2012/03/modelos-sobre-questao-da-deficiencia.html

Faremos uma leitura de algumas pré-candidaturas quanto ao Modelo que suas percepções, leituras e ações representam, e nominaremos apenas aqueles que estão na imprensa como declarado(a)s prés-candidato(a)s (prés-candidato(a)s não citados na mídia como tal, mas que sabemos de suas prés-candidaturas, denominaremos como “A”, “B”, etc.) , cujo principal tema de campanha seja a questão da deficiência.

Primeiro avaliaremos o(a)s pré-candidato(a)s ao Legislativo; depois, pré-candidato(a)s ao Executivo (por ordem alfabética).

            I - LEGISLATIVO

     1) Pré-candidata a vereança denominada “A”:

      Tem uma deficiência sensorial, está inscrita pelo PTB, partido da situação e que é governo há 30 anos. Tem consciência dos Modelos Social e de Direitos Humanos, com maior adesão a estes do que aos Modelos Caritativo e Médico.
Contra: Por concorrer pela situação, vive este paradoxo: o PTB e seus aliados são adeptos dos Modelos Caritativo e Médico.
Pró: Por fazer parte da mesma legenda da pré-candidata ao Executivo, pela situação, parte de seus projetos são implementados, o que é uma grande contribuição.  

      2) Pré-candidata a vereança denominada “B”:

      É a candidata apoiada pelo Executivo  por acordo anterioriormente firmado com seu partido - o PSB - uma vez que apoiada por uma Secretaria constituída por acordo entre PTB e PSDB. Representará os Modelo apoiados pela mesma: o Caritativo e Médico. Terá apoio das  Instituições assistenciais e asilares, por extensão.
Contra: não tem uma deficiência, não é do mesmo partido: é do PSB,  partido aliado do PTB, da pré-candidata ao Executivo e da pré-candidata "A".

3) Pré-candidato(a) a vereança denominado(a) "C":

Será (ão) candidato(a)s por alguns desses partidos: PMDB, PT, PCdoB, PSOL.
Não se sabe, ainda, de nomes; mas serão Partidos que lançarão candidaturas majoritárias e, portanto, haverão candidaturas proporcionais que tratarão da questão da deficiência: é pauta; é item de campanha pois se tratam de 25% da população local que pertencem ao segmento.
Dentre as legendas, o PSOL´será o Partido que abordará a questão da deficiência sob o Modelo de Direitos Humanos, tanto nas propostas de candidatura majoritária quanto proporcional: sou filiado ao Partido e contribuirei levando às candidaturas o Modelo atual.
Não sairei candidato porque prefiro, hoje, atuar no Movimento Inclua-se! a candidatar-me; ademais não me identifico com o regime de representação: ao menos como está vigindo. Sou, na verdade, um anarquista. Mas contribuirei com o Partido. 

II - EXECUTIVO 

Pré-canditato Éder Xavier (PCdoB):

Éder Xavier é advogado e empresário do ramo imobiliário. Dirige uma ONG e divulga uma candidatura, pelo jornal informativo da ONG, de "oposição real" e tem na transparência e, por conseguinte, na condenação à corrupção que grassa no município seu tema de discurso. Não tive a oportunidade de conversar com ele mas presumo que nada saiba sobre o assunto: não creio que observe se há acessibilidade no imóvel que vende ou aluga. Não saberia dizer qual Modelo defende.

Pré-candidato Edgar Nobrega (PT):

Edgar Nobrega é professor universitário e economista. Também não tem domínio sobre o tema, destarte ser candidato pelo Partido, certamente, com maior acúmulo sobe a questão da deficiência: acúmulo esse que faz com que seus defensores, pelo Partido, adiram ao Modelo de Direitos Humanos. Edgar tem a quem recorrer para compreender a questão; não pode alegar ignorância. Atualmente discursa em defesa dos Modelo Caritativo e Médico para não se comprometer.

Pré-candidato Fernando Turco (PSOL):

Fernando Turco é comerciante. Também está alheio ao tema, mas há convicção ideológica no Partido quanto à questão da deficiência, o que lhe traz uma vantagem. Assim como Edgar tem a quem recorrer para compreender os Modelos, Fernando Turco também tem e, portanto, também não pode alegar ignorância. Ademais, conta com Daniel Lima como vice, e Daniel compreende Movimentos Sociais: é certa a adesão ao Modelo de Direitos Humanos.

Pré-candidata Regina Maura Zetone (PTB):

Regina Maura é médica e é a candidata da situação. Foi forjada para essa candidatura e pouco compreende da questão, assim, defende abertamente os Modelos Caritativo e Médico. Por ser candidata da situação (o PTB conta com o apoio de 18 outros Partidos, PSDB incluso) conta com a máquina administrativa - há uma Secretaria, a SEDEF (Secretaria de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência ou Mobilidade Reduzida), comandada pelo PSDB - que lhe dá as referências. E a SEDEF adere aos Modelos Caritativo e Médico.

Pré-candidato Paulo Pinheiro (PMDB):

Paulo Pinheiro é médico e vereador. Pinheiro é dissidente do PTB mas não perdeu sua aura conservadora. Como politico, tem nos Modelos Caritativo e Médico seus principais referenciais quanto à questão da deficiência. Apoia as Instituições asilares e ao modelo segregacionista na Educação: certa ocasião, ao lhe solicitar que derrubasse um veto do prefeito a uma lei includente aprovada pela Câmara, me disse: "votarei pelo veto porque me preocupa ter crianças especiais (sic) na mesma sala que as normais (sic). Elas (as 'especiais') podem atrapalhar o rendimento escolar das normais (sic)."


O fato é que nestas eleições estão prevalecendo, ainda, os Modelos Caritativo e Médico; ou seja, há a predominância do Integracionismo, não da Inclusão.   

Nosso propósito é o de trazer TODAS as candidaturas ao Modelo de Direitos Humanos.


E nós, do Movimento Inclua-se!, trabalharemos nesse sentido.

Amilcar Zanelatto Fernandes

Imagens retiradas do google image.




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Barreira Atitudinal - Rampa de acesso à Câmara Legislativa - São Caetano.



Postado em 08.06.2012



A Barreira Atitudinal é a mais difícil de ser combatida, erradicada, pois é necessário que a sociedade entenda e respeite as diferenças. Dela derivam as demais barreiras como a arquitetônica, a comunicacional, a instrumental, a metodológica e a programática.  
 
“As barreiras atitudinais, porém, nem sempre são intencionais ou percebidas. Por assim dizer, o maior problema das barreiras atitudinais está em não as removermos, assim que são detectadas.” (Francisco Lima, 2008).




Estivemos no mês passado (Maio) vivenciando, com uma cadeira de rodas, as rampas da Praça Cívica da Câmara Legislativa de São Caetano do Sul...


 Imagem de Amilcar Zanelatto.

Vivenciar os espaços arquitetônicos e urbanísticos, assim como o transporte público, com o “olhar” focado na Acessibilidade têm sido, para nós, uma experiência reveladora. E dessa vez não fora diferente. 
Reveladora, inclusive, para os simpáticos e atenciosos guardas municipais (GCM) que resguardavam o edifício e presenciaram o ocorrido. 

Tenho por hábito, quando a rampa possui uma inclinação suave (algo em torno de 5% de inclinação) de, após subi-la utilizando a cadeira de rodas, descê-la sem controlar a velocidade da cadeira: 
ergo meus braços para o alto e me deixo guiar pela gravidade. Sensação de liberdade proporcionada pelo vento no rosto. 

Contudo, com a rampa de acesso à Câmara fora diferente. 
Como a praça está a 40 cm acima do nível onde se encontra o acesso do edifício, minha primeira experiência foi na descida, e não na subida, como nas demais rampas:
desci controlando a velocidade da cadeira.
Prudência que garantiu não me acidentar, pois assim que cheguei ao final da rampa uma das rodinhas frontais da cadeira ficou presa no vão de 30 mm de largura da grelha de escoamento das águas pluviais, vão este resultante da falta de uma das hastes...

 Imagem de Amilcar Zanelatto.

 Se tivesse descido sem controlar a cadeira, a velocidade, mais a parada brusca ocasionada pelo vão, ter-me-iam arremessado para fora da mesma.

 Lembrando que: a “real” Acessibilidade, neste caso, arquitetônica, deve garantir o acesso e o uso com autonomia, conforto e segurança a todas as pessoas. 
Portanto, a manutenção constante dos ambientes e dos itens de acessibilidade contidos na norma técnica NBR 9050-04 são primordiais para não comprometer qualquer destas três prerrogativas. 

Deste modo, solicitarei encarecidamente ao vereador da situação e Presidente da Câmara Sr. Sidnei Berreza (PSB), conhecido como Sidão da Padaria, pelo seu facebook, que o mesmo providencie não somente o reparo da grelha como também das barras inferiores de parte do guarda-corpo - que cercam o lado da praça voltada para a rampa do estacionamento que fica no subsolo - que, devido à ferrugem, estão rompidas. 



Imagem de Tuca Monteiro.


E aproveito a oportunidade e faço a mesma solicitação aos vereadores da situação Sr. Fábio Palácio (PR), Sr. Gersio Sartori (PTB) e Sr. Jorge Salgado (PTB e presidente da APAE de São Caetano do Sul e que excluiu o perfil do "Movimento Inclua-se!" de seu facebook) - que nas duas últimas sessões da Câmara foram ao púlpito discursar sobre Acessibilidade - para ficarem atentos a estas barreiras e tantas outras que presenciamos tanto na Câmara quanto na Plenária. 
Afinal, a Acessibilidade não deve estar apenas nos "belos" discursos.


Tuca Monteiro. 
Especialista em bom-senso.


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Saiba que:

Segundo a norma técnica NBR 9050-04:

"As grelhas e juntas de dilatação devem estar preferencialmente fora do fluxo principal de circulação. Quando instaladas transversalmente em rotas acessíveis, os vãos resultantes devem ter, no sentido transversal ao movimento, dimensão máxima de 15 mm." 

Penso nas pessoas cegas, como a advogada Thayz Martinez ( twitter @thays_martinez ), do Instituto Íris, e que usam sapatos com salto, o transtorno que devem causar estas grelhas permitidas pela NBR 9050-04 nas vias de circulação!

Será que alguém irá pensar nas "Thayzes" deste Brasil na revisão da norma?

Outras situações cujas rodinhas da cadeira ficaram presas nas grelhas:

Grelha no final da rampa de acesso a passagem subterrânea que liga a área Central da cidade de São Caetano do Sul ao bairro Fundação, e no calçamento do entorno da fábrica de chocolates Pan.

 





 




S. Caetano é a cidade do ABC com mais rampas de acesso.

  

Postado em 04.06.2012

 



 O que sai nas mídias ...

 






Publicado em 28.05.2012

"S. Caetano é a cidade do ABC com mais rampas de acesso.


Com 31% das ruas adaptadas para cadeirantes, cidade lidera o índice de acessibilidade.

São Caetano é a cidade do ABC com o maior número de rampas para cadeirantes, com 31% de acessos nas ruas, concluiu o Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados foram divulgados na sexta-feira (...)" Continuar lendo >

Fonte: http://www.destakjornal.com.br


O Movimento Inclua-se comenta! 

Primeiramente, devemos entender que a Acessibilidade ao meio urbano - e, neste caso específico, às calçadas e travessias de pedestres das ruas e avenidas (logradouros) - não se reduz apenas ao acesso de pessoas que utilizam a cadeira de rodas para locomoção, como sugere a matéria e o IBGE mas, também, a todas as pessoas com deficiência, seja ela de ordem física (como, por exemplo, pessoa com paralisia cerebral), sensorial (pessoa cega ou surda) e intelectual (pessoa com síndrome de Down), assim como, as pessoas com mobilidade reduzida  (pessoas idosas).

Deste modo, para que uma dada rua ou avenida seja considerada acessível  não basta apenas ter rampas de acesso nas calçadas: também é necessário que a largura da área de passeio tenha dimensões que atendam ao fluxo de pedestres; que a inclinação transversal do passeio seja suave; que o piso não cause trepidação em dispositivos com rodas e nem que contenham desenhos que causem sensação de tridimensionalidade, nem ofuscamento na visão, como também não deverá ser escorregadio. Os passeios - incluindo o alinhamento das edificações - deverão estar livres de  obstruções como: degraus e ondulações, mobiliários urbanos e elementos suspensos (orelhões) e aéreos cuja altura esteja abaixo de 2,10 m (toldos horizontais). Deverá ter boa iluminação noturna, semáforos sonoros e com temporizador nas travessias; mobiliários e equipamentos urbanos que permitam o uso de todos, e o fundamental: excelente estado de conservação, tanto do piso e rampas como dos mobiliários e equipamentos urbanos! Enfim, calçadas que atendam às necessidades de todos os(as) usuários(as) garantindo a segurança, o conforto, a autonomia e a fluidez, independentemente das condições física (permanente ou temporária), sensorial e intelectual dos mesmos.

Todos estes atributos (infra-estrutura física e ambiental das calçadas) citados, dentre outros,  são considerados indicadores de qualidade da acessibilidade (análise técnica embasada em uma metodologia que resultará em um Índice de Acessibilidade - IA) que, obviamente, deverão ser avaliados levando em consideração a percepção dos usuários - neste caso, as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida (usuários mais vulneráveis).

Sendo assim, pergunto:

Qual fora a metodologia utilizada pelo IBGE para avaliar o Índice de Acessibilidade (IA) das vias públicas, ou melhor, das rampas?

Tal processo levou em consideração o desempenho da cadeira de rodas em cada rampa existente, de modo a se observar se a mesma de fato garante ao usuário o acesso com conforto, segurança e autonomia (qualidade), ou apenas fizeram a contagem (quantidade) das rampas existentes nas quadras?

Observando e vivenciando as rampas de São Caetano do Sul, chego a conclusão de que destes 31% das vias públicas que possuem rampas nas calçadas, uma parcela ínfima poderá ser considera de fato acessível. Se o IBGE tivesse adotado uma avaliação criteriosa, certamente que  São Caetano do Sul - cujos slogans governamental são:  "Cidade Para Todos" e  "Inclusão Se Faz Com Dignidade" - não teria uma única via plenamente acessível. Será que há algum município deste país que realmente possua vias públicas que estejam, de fato, acessíveis?


Esta é a realidade que observamos nas rampas de acesso às calçadas.



E neste link, http://incluase.blogspot.com.br/2009/03/revitalizacao-da-rua-piaui.html evidenciamos como está a acessibilidade nas vias revitalizadas pela municipalidade de São Caetano do Sul. 


Tuca Monteiro.


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