A Barreira Atitudinal é a mais difícil de ser combatida, erradicada, pois é necessário que a sociedade entenda e respeite as diferenças. Dela derivam as demais barreiras como a arquitetônica, a comunicacional, a instrumental, a metodológica e a programática.
“As barreiras atitudinais, porém, nem sempre são intencionais ou percebidas. Por assim dizer, o maior problema das barreiras atitudinais está em não as removermos, assim que são detectadas.” (Francisco Lima, 2008).
Postado em 16.03.2012
É comum, em São Caetano do Sul, nos depararmos com estabelecimentos comerciais e de serviços com generosos degraus nos acessos nos recepcionando, mesmo sendo estabelecimentos construídos ou reformados após o Decreto-Federal 5296 de 2004.
E sendo assim, encontrar lojas com rampas e sanitários de acordo com as especificações técnicas de acessibilidade (NBR 9050-04) é um achado: raridade que deveria ter peso de ouro! Afinal, estamos falando de consumidores $$$$$!
Ouro!
Curiosamente nem todos possuem, digamos assim, esta visão "empreendedora".
Exponho como exemplo esta loja de roupas e acessórios infantis.
Imagem Tuca Monteiro.
Percebam, há dois acessos: um que se dá pelo degrau à direita (acesso "principal") da imagem, cuja porta, convidativa, fica permanentemente aberta e outro, à esquerda, cujo acesso é por uma rampa, mas que, ao contrário da outra porta, esta fica permanentemente trancada!
Aliás, como podemos notar na imagem, este acesso virou vitrine: há dois carrinhos de bebês expostos. Qual é a leitura que uma pessoa, por exemplo, que faz uso da cadeira de rodas e que não conseguirá adentrar o estabelecimento pelo acesso com degrau, fará?
Não sou bem-vinda!
Não sou bem-vinda!
Na época da imagem chegamos a perguntar ao pessoal da loja do porquê manter o acesso pela rampa trancado; o motivo: segurança, pois não tinham, do balcão do caixa, a visão de quem adrentava por tal passagem.
Dissemos que bastaria modificar o lay-out (a disposição dos mobiliários e expositores)! Que seria interessante para o comércio - já que há poucos estabelecimentos com acesso livre - manter a porta da entrada pela rampa permanentemente aberta e sem obstáculos, mesmo porque, por se tratar de uma loja de roupas e acessórios para crianças, facilitaria a vida de muitas mães que utilizam carrinhos de bebês, mães cujos filhos utilizam cadeiras de rodas...
Como a pedagoga e escritora Antônia Yamashita...
E mães, como a jornalista Flávia Cintra, que são usuárias de cadeiras de rodas.
Flávia Cintra com seus filhos gêmeos Mariana e Mateus.
Fonte: Google Image.
Pessoas estas que, geralmente, acabam recorrendo aos shopping centers devido a facilidade no acesso.
Contudo nossos argumentos, infelizmente e mais uma vez, não surtiram efeito. Os proprietários deram um novo uso àquele espaço "ocioso": construíram um tablado escalonado sobre a rampa para exporem os vários artigos da loja. E, assim, um estabelecimento que outrora possibilitava o acesso a TODAS as pessoas, hoje exclui potenciais consumidores.
Antônia com seu filho Lukas*.
Imagem de Helena Quintana.
Imagem de Helena Quintana.
Fonte: Google Image.
Contudo nossos argumentos, infelizmente e mais uma vez, não surtiram efeito. Os proprietários deram um novo uso àquele espaço "ocioso": construíram um tablado escalonado sobre a rampa para exporem os vários artigos da loja. E, assim, um estabelecimento que outrora possibilitava o acesso a TODAS as pessoas, hoje exclui potenciais consumidores.
Imagem Tuca Monteiro.
Alô, alô Prefeitura e Sedef (Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência)
que tal deixarem as "ações simbólicas" de lado e se debruçarem sobre ações que realmente sejam transformadoras, includentes?
Somente com uma Campanha Municipal Permanente de Acessibilidade é que as barreiras atitudinais, como estas, deixarão de existir.
Fica a dica.
Tuca Monteiro.
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*Apresentando a Turma do Lukas (família Yamashita).
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