Sobre o Movimento Popular INCLUA-SE

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São Caetano do Sul, Região do ABCD /São Paulo, Brazil
Não sabemos o que somos e sim o que NÃO somos! Não somos uma organização não governamental sem fins e muito menos com fins lucrativos (ONGs); Não somos um INSTITUTO; Não somos uma INSTITUIÇÃO nem pertencemos a uma; Não somos de CONSELHOS nem representamos segmentos. Não defendemos bandeiras PARTIDÁRIAS. Sendo assim, somos ILEGÍTIMOS aos olhos dos Poderes Constituídos!

Flagra: Equipamento urbano - revistaria.

 
Postado em 27 .03.2012



Flagramos... 

 por detrás dos tapumes um equipamento urbano - uma revistaria - sendo executado pela Prefeitura na rua Visconde de Inhaúma. 

Pergunta clássica: Estará acessível a todas as pessoas como determina o Decreto Federal 5296-04

Uma pessoa com deficiência usuária de cadeira de rodas - seja mecânica ou motorizada - ou com mobilidade reduzida terá livre acesso ao ambiente? 
 
As dimensões arquitetônicas deste equipamento possibilitarão a estas pessoas e pessoas cegas  circularem com  facilidade pelo espaço, de modo que não esbarrem  com a cadeira ou com a bengala longa, ou partes do corpo -  como pés e cotovelos ou mesmo a cabeça - em  mobiliários e objetos dispostos no ambiente? 

Conseguirão acessar e utilizar o sanitário, caso necessitem?

Perguntamos porque esta, na avenida Goiás, entre outras revistarias executadas pela Prefeitura,  não segue o que determina o Decreto citado! 


 Google Image.

Prefeitura: o que entendem por Acessibilidade e Inclusão?



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Flagra: Acessibilidade nas travessias de pedestre.





Postado em 23.03.2012.


Imagens de Tuca Monteiro.


 Flagramos...

Estas situações corriqueiras, em São Caetano do Sul, com relação à faixa de travessia para pedestres.

Na imagem acima, na rua Visconde de Inhaúma, nota-se que existem as rampas de acesso às calçadas nos dois lados da via, mas não há a faixa de travessia para o pedestre pintada no chão; e isto desde 2006, quando a obra de revitalização desta rua fora entregue à população!  

Travessias como esta, em uma rua movimentada, distante do semáforo e sem faixa de pedestre, dificilmente uma pessoa com mobilidade reduzida conseguirá transpô-la com segurança: os motoristas não dão passagem! Não reconhecem este trecho como sendo de passagem para pedestre. 

Aliás, é fato: motoristas não respeitam travessias com faixas que não tenham semáforos: é o pedestre que  espera por uma brechinha no trânsito para poder fazer a travessia.

 
 Outro mau exemplo fica na avenida Kennedy...
reparem que onde há a faixa de travessia para pedestres não há rampas de acesso à calçada. 

Imagem de Amilcar Zanalatto.
Imagem google maps.
    

   
E onde há as rampas de acesso não há as faixas de travessia.  


Imagem Amilcar Zanelatto.
Imagem google maps.
 

Observação:  somente existe rampa no canteiro central da avenida: do outro lado da via, a Prefeitura "esqueceu" de construir a rampa.

Dois maus exemplos que estão por toda a cidade!

Curiosamente, a Prefeitura de "Sanca City" aderiu à campanha Travessia Segura, do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. Chega a ser hilário uma campanha como esta em uma cidade onde se  evidencia, cotidianamente, que a prioridade é do automóvel.


Tuca Monteiro.


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Modelos sobre a questão da deficiência: Caritativo, Medico, Social e de Direitos Humanos.

Postado em 21.03.2012



Por Amilcar Zanelatto.






Recentemente estivemos reunidos Tuca Monteiro, Tuca Munhoz, Fabio e Antonia Yamashita e eu para conversarmos sobre o projeto de Antonia e Fabio - o gibi “A Turma do Lucas” – numa padaria no Bairro de Santa Cecília.

Entre um café e uma garrafa d’água,Tuca Munhoz, contextualmente, citou a discussão que está se desenvolvendo dentre as organizações de pessoas com deficiência sobre as atitudes, suposições e percepções a respeito da questão da deficiência e que foram agrupadas em quatro Modelos: o Modelo Caritativo, o Modelo Médico, o Modelo Social e o Modelo de Direitos Humanos.

Refletindo sobre o assunto, propus à minha querida pesquisadora, fotógrafa, redatora e editora desse singelo blog, Tuca Monteiro, a publicação de uma pequena série de textos que abordassem os assuntos à luz desses Modelos, haja vista que me parece evidente que as pessoas desconhecem a origem e característica de seu olhar quanto à questão da deficiência e, consequentemente, colaboram, algumas sem perceber, para a perpetuação de equívocos.

Este primeiro texto tratará dos Modelos em si: o que são e quais são suas principais características.
Todas as quartas-feiras publicaremos novos textos em que abordaremos, à luz dos Modelos, as Terminologias, Campanhas, Barreiras e Instituições.


1) Modelo Caritativo
 
O mais secular dos Modelos, nele a pessoa com deficiência é tida como vítima de sua incapacidade e, reforçado pelo conceito de caridade da tradição judaico-cristã e de religiões espiritualistas ocidentais, como o kardecismo, neste modelo somos vistos como incapazes e carentes de total assistência. É o Modelo que justifica a existência de Instituições Asilares e Totais e de ações e políticas segregacionistas. É o Modelo da comiseração, do sentido de piedade. A responsabilidade pelas barreiras é da pessoa com deficiência, e devido à própria deficiência. E essa deficiência ora é considerada uma “expiação”, ora “exemplo de superação”.


2) Modelo Médico

Neste Modelo, complementar do Modelo Caritativo, a pessoa com deficiência é considerada paciente e a deficiência é confundida com uma doença que deve ser tratada para que haja a “cura”. É o Modelo que considera que a pessoa com deficiência deva ser “modificada” para se adaptar ao ambiente, não o meio é que deva ser modificado para comportar a pessoa com deficiência. O Modelo Médico ganhou mais força após as duas grandes guerras com a criação de muitas Instituições Assistenciais nos moldes da AACD e APAE. Para esse Modelo, as pessoas com deficiência devem ser assistidas por profissionais e as mais “aptas” terão condições de se integrar à sociedade.

3) Modelo Social 

O Modelo Social entende a questão da deficiência como um produto do meio, um produto da forma como a sociedade está organizada.
E essa (má) organização é que impõe à pessoa com deficiência as chamadas “barreiras”, tendo a atitudinal como matriz e as barreiras arquitetônica, comunicacional, instrumental, metodológica e programática como derivadas.
Perante o Modelo Social, não cabe apenas ao indivíduo com deficiência “superar” os obstáculos, como preconizam os Modelos Médico e Caritativo, mas cabe à sociedade – inclusive à pessoa com deficiência - romper com os paradigmas (Modelos) supra para que haja a remoção destes obstáculos.


4) Modelo de Direitos Humanos

Complementar do Modelo Social, o Modelo baseado em Direitos tem sido considerado o mais próximo de um Modelo ideal. Nele está contemplado os direitos básicos de qualquer membro da sociedade, com o direito à vida, à saúde, à educação, ao trabalho, à cultura. Assim como o Modelo Social, opõe-se aos Modelos Caritativo e Médico na medida em que considera a assistência não como caridade ou responsabilidade de um grupo restrito de especialistas, mas como o mais comesinho dos direitos humanos que devam ser reivindicados por qualquer segmento em estado de vulnerabilidade social.
Caracteriza-se pelo “empoderamento” (*) e pela assunção de responsabilidades.
O Modelo baseado em Direitos determina a criação de políticas públicas que objetivem a Inclusão com a participação ativa e autônoma das pessoas com deficiência.


Considero que os Modelos Caritativo e Médico fundamentam a Integração, enquanto que os Modelos Social e de Direitos fundamentam a Inclusão.

E você, leitor(a), qual desses Modelos considera como representativo de seu olhar quanto à questão da Deficiência?

                                                                                  Amílcar Zanelatto Fernandes

(*) No próximo texto, analisaremos as Terminologias à luz dos Modelos.

Fonte das imagens: google image.


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Modelos de deficiência - Introdução.


Postado em 19.03.2012











 Por Amilcar Zanellato.





A minha querida Tuca Monteiro, que voluntariamente empresta parte de seu tempo ao gerenciamento deste blog, me pediu, na semana passada, que escrevesse um texto sobre as vagas exclusivas as pessoas com deficiência física e idosos, demarcadas pela Prefeitura em 2010 para cumprimento do Art. 25 do Decreto 5296/04 e das Resoluções 303 e 304 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), estas últimas publicadas em dezembro de 2008.

Entusiastas da campanha “Esta Vaga Não É Sua Nem Por Um Minuto”, Tuca e eu temos registrado imagens, desde o ano passado, de veículos não autorizados ocupando as referidas vagas demarcadas em vias públicas e em estacionamentos privados.

Temos relatos a publicar, relatos das reações das pessoas quando as abordamos e apontamos a elas o erro que cometem ao ocuparem vagas não destinadas a elas.
Há desde a imediata retirada do veículo, acompanhado de um “vocês têm razão”, até reações iradas.

Temos imagens a publicar, como estas...

 
 
 

 
que mostram o uso desautorizado das vagas destinadas e demarcadas exclusivamente às pessoas com deficiência física, ou as vagas destinadas e demarcadas a idosos, em locais públicos e privados.

Pesquisando em outros blogs opiniões sobre as vagas exclusivas, observei uma adesão à Campanha “Esta vaga não é sua nem por um minuto”: as vagas devem ser exclusivas, conforme defendem pessoas com deficiência que têm automóvel – sendo ou não condutor(a) – e, por outro lado, não são respeitadas como vagas exclusivas para quem não tenha uma deficiência ou não seja idoso, porque não compreendem a função da vaga exclusiva e a justificativa de demarcação em local apropriado.

Há relatos de episódios que são muito ilustrativos.

E não há compreensão porque as pessoas se deparam com algo para elas inusitados e, segundo o ponto de vista delas, questionáveis: como podem umas pessoas poder estacionar seus carros em vagas demarcadas, ter isenção de 2 horas de cobrança de zona azul, em espaço público? Por que isso?

As pessoas não estão se apercebendo de suas posturas quanto às pessoas com deficiência e também quanto à questão da deficiência.
Isto se deve ao desconhecimento dos modelos de deficiência.

Modelos de deficiência são os olhares e entendimentos e posturas das pessoas sem deficiência perante as pessoas com deficiência, conforme nós, pessoas com deficiência, os compreendemos e demonstramos. E o que é muito interessante é que há pessoas com deficiência que aderem a um modelo que o prejudica, por mero desconhecimento, e contribuem para a perpetuação desse modelo.
E há o(a)s oportunistas, claro.

São quatro os modelos de deficiência:  

caritativo, médico, social e de direitos humanos.
Trataremos de cada um deles na minha próxima postagem.

Prometi a Tuca um texto para publicação no blog sobre vagas demarcadas. O texto estava pronto para publicação, mas penso que assim que enxergarmos os modelos em nossas atitudes, ficará mais fácil modificá-los.

Portanto, doravante procurarei, nos meus textos, incentivar o leitor e a leitora a identificarem qual modelo corresponde o relato e a visão descritos. E qual é o modelo com o qual se identifica.

Quarta-feira falaremos sobre os modelos.

Até lá.

Amilcar Zanelatto Fernandes


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Cadê a rampa que estava aqui?




A Barreira Atitudinal é a mais difícil de ser combatida, erradicada, pois é necessário que a sociedade entenda e respeite as diferenças. Dela derivam as demais barreiras como a arquitetônica, a comunicacional, a instrumental, a metodológica e a programática.  
 
“As barreiras atitudinais, porém, nem sempre são intencionais ou percebidas. Por assim dizer, o maior problema das barreiras atitudinais está em não as removermos, assim que são detectadas.” (Francisco Lima, 2008).



Postado em  16.03.2012

 É comum, em São Caetano do Sul, nos depararmos com estabelecimentos comerciais e de serviços com generosos degraus nos acessos nos recepcionando, mesmo sendo estabelecimentos construídos ou reformados após o Decreto-Federal 5296 de 2004.

E sendo assim, encontrar lojas com rampas e sanitários de acordo com as especificações técnicas de acessibilidade (NBR 9050-04) é um achado: raridade que deveria ter peso de ouro! Afinal, estamos falando de consumidores $$$$$!

 Ouro! 
 
Curiosamente  nem todos possuem, digamos assim, esta visão "empreendedora".  

 Exponho como exemplo esta loja de roupas e acessórios infantis.

 
Imagem Tuca Monteiro.


Percebam, há dois acessos: um que se dá pelo degrau à direita (acesso "principal") da imagem, cuja porta, convidativa, fica permanentemente aberta e outro, à esquerda, cujo acesso é por uma rampa, mas que, ao contrário da outra porta, esta fica  permanentemente trancada!
 
Aliás, como podemos notar na imagem, este acesso virou vitrine: há dois carrinhos de bebês expostos. Qual é a leitura que uma pessoa, por exemplo, que faz uso da cadeira de rodas e que não conseguirá adentrar o estabelecimento pelo acesso com degrau, fará?


Não sou bem-vinda!

 Na época da imagem chegamos a perguntar ao pessoal da loja do porquê manter o acesso pela rampa trancado; o motivo: segurança, pois não tinham, do balcão do  caixa, a visão de quem adrentava por tal passagem.

Dissemos que bastaria modificar o lay-out (a disposição dos mobiliários e expositores)! Que seria interessante para o comércio - já que há poucos estabelecimentos com acesso livre - manter a porta da entrada pela rampa  permanentemente aberta e sem obstáculos, mesmo porque, por se tratar de uma loja de roupas e acessórios para crianças, facilitaria a vida de muitas mães que utilizam carrinhos de bebês, mães cujos filhos utilizam cadeiras de rodas...

Como a pedagoga e escritora Antônia Yamashita...


 Antônia com seu filho Lukas*.
 Imagem de Helena Quintana.


 E mães, como a jornalista Flávia Cintra, que são usuárias de cadeiras de rodas. 


 Flávia Cintra com seus filhos gêmeos Mariana e Mateus.
Fonte: Google Image.


Pessoas estas que, geralmente, acabam recorrendo aos shopping centers devido a facilidade no acesso.

 Contudo nossos argumentos, infelizmente e mais uma vez, não surtiram efeito. Os proprietários deram um novo uso àquele espaço "ocioso": construíram um tablado escalonado sobre a rampa para exporem os vários artigos da loja. E, assim, um estabelecimento que outrora possibilitava o acesso a TODAS as pessoas, hoje exclui potenciais consumidores. 


Imagem Tuca Monteiro.


Alô, alô Prefeitura e Sedef (Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência)
que tal deixarem as "ações simbólicas" de lado e se debruçarem sobre ações que realmente sejam transformadoras, includentes? 

 Somente com uma Campanha Municipal Permanente de Acessibilidade é que as barreiras atitudinais, como estas, deixarão de existir.


Fica a dica.

Tuca Monteiro.


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*Apresentando a Turma do Lukas (família Yamashita).

Flagra: Estacionamento da agência Santander - vaga exclusiva.



Postado em 12.03.2012.




Flagramos...


Quatro vezes, em datas diferentes, este pálio vermelho de placa CID 0323 estacionado sobre a faixa amarela da vaga exclusiva da pessoa com deficiência física.

Credencial do idoso.


Obs.: Os demais carros, assim como o pálio, estacionados nas vagas exclusivas não portavam a credencial igual a da imagem ao lado.

 

 

Local: Estacionamento da agência Santander da rua Visconde de Inhaúma com a rua Lourdes, em São Caetano do Sul - SP.


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Flagra: sanitário acessível do Ragazzo virou depósito!




Postado em 07.03.2012




Flagramos em 2008...

O sanitário "acessível" do Ragazzo (rede de fast-food) da avenida Goiás, em São Caetano do Sul, sendo utilizado como depósito!

Se observamos tal atitude (barreira atitudinal) em sanitários de próprios públicos, não seria surpresa encontrarmos a mesma situação nos sanitários de estabelecimentos privados.

Observação (superficial) quanto a acessibilidade do sanitário: 

Há um móvel (trocador de fraudas) justamente na área lateral de aproximação do vaso sanitário, que deve estar livre! 

A enorme abertura frontal, tanto do vaso sanitário quanto do assento, impossibilita o uso com segurança e conforto: as pessoas perdem o equilíbrio, 
pois as pernas tendem a cair no vão! 

 O acionamento da descarga deveria ser por alavanca, é mais funcional! 

 A porta do sanitário abre para dentro, quando o correto é abri-la para fora: medida de segurança e maior liberdade para a circulação dentro do mesmo! 

 Outros itens como papeleira, barras de apoio, distância do vaso com relação  a parede estão, aparentemente, fora das especificações técnicas da NBR 9050-04.

O bacana é que existe um dispenser com capinhas descartáveis para o assento. 

Este restaurante NÃO está acessível!



Imagem Google Maps.


Há três generosos degraus no acesso! Caso apareça alguém que use cadeira de rodas, ou muletas, ou andadores ou esteja com um carrinho de bebê, os funcionários colocam sobre os degraus uma rampa semelhante a esta, do Habib's (ambas as redes são do Grupo Alsaraiva)...

Imagem Google Maps.


Estas rampas não garantem o conforto, a segurança e, sobretudo, a autonomia as pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida.


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Flagra - A falsa acessibilidade do Teatro Municipal Paulo Machado de Carvalho.




 Postado em 05.03.2012.


 
 

Flagramos em 2008...

Este cidadão tentando acessar o Teatro Municipal Paulo Machado de Carvalho, para assistir ao espetáculo de balé “O Quebra Nozes”, apresentado pela Associação de Ballet e Arte para Cegos Fernanda Bianchini.

Para quem chegava no teatro e se deparava com esta rampa (que não atende as especificações técnicas de acessibilidade) até pensava: o teatro está acessível! Porém, não fazia ideia das enormes escadarias que teria que enfrentar dentro do mesmo!

Este cidadão teve que dar a volta no quarteirão para acessá-lo pela saída de emergência! Detalhe: estava uma noite fria e chuviscava no momento!

Alô, alô Prefeitura de São Caetano do Sul: favor respeitar o Decreto-Federal 5296 -04. Queremos a REAL acessibilidade!


No slide abaixo (clique com o mouse no "yes") há imagens da rampa de acesso da calçada para o terraço, do degrau do terraço ao lobby ( fora feita uma rampinha), de parte da escadaria interna para acesso aos assentos, da área reservada para as pessoas que usam cadeira de rodas - ou seja, o corredor de circulação que dá acesso às saídas de emergência - e do sanitário feminino que, óbvio, não estava acessível. Ficaremos surpresos se houver um sanitário acessível no teatro!






Barreira Atitudinal - Sanitários acessíveis dos Parques Mario Covas e Cidade das Crianças: Por que trancá-los?



A Barreira Atitudinal é a mais difícil de ser combatida, erradicada, pois é necessário que a sociedade entenda e respeite as diferenças. Dela derivam as demais barreiras como a arquitetônica, a comunicacional, a instrumental, a metodológica e a programática.  
 
“As barreiras atitudinais, porém, nem sempre são intencionais ou percebidas. Por assim dizer, o maior problema das barreiras atitudinais está em não as removermos, assim que são detectadas.” (Francisco Lima, 2008).



Postado em 02.03.2012

Uma das inúmeras barreiras atitudinais, com que nos deparamos constantemente, é  o hábito das pessoas "sem deficiência" de trancar os sanitários acessíveis. 

Em janeiro (dia 22), estivemos na passeata em defesa dos animais na avenida Paulista, em São Paulo, e fomos utilizar os sanitários do Parque Mario Covas.


  Imagem Tuca Monteiro.


Como de costume, fomos verificar o sanitário acessível que, obviamente, estava trancado e -  detalhe - ninguém sabia das chaves(!): nem a responsável pela limpeza e, muito menos, o responsável pela segurança.

 Passados alguns minutos, eis que a chave aparece...

Imagem Tuca Monteiro.

E para nossa surpresa....
 
Encontramos (flagramos!) o sanitário impossibilitado para o uso: estava, como podemos notar na imagem, com as bordas do vaso sanitário e chão sujos de fezes!

Imagem Tuca Monteiro.



Situação semelhante vivenciamos no dia 20 de fevereiro, terça-feira de carnaval, no Parque das Crianças em São Caetano do Sul.

O sanitário também estava trancado, e necessitamos solicitar ao funcionário para abri-lo.

Ao contrário do sanitário do parque Mario Covas, este estava limpinho!

 Mas, infelizmente, havia um obstáculo logo no acesso ao mesmo: dois bebedouros, como demonstra a imagem, justamente na área de aproximação! Esta área é fundamental, pois possibilita a uma pessoa, que faz uso da cadeira de rodas, abrir a porta sem ter que ficar fazendo manobras com a cadeira; portanto, deve estar sempre livre de obstáculos!


  Imagem Amilcar Zanelatto.


 Já dentro do sanitário constatamos que não havia sabonete para lavar as mãos e a lixeira (um baldinho) estava sobre a bancada da pia!...
 
  
Imagem Amilcar Zanelatto

 Assim como,  não havia papel na papeleira!
Percebam:  tive que me alongar para alcançar a mesma!...


Imagem Amilcar Zanelatto.

E para o desespero total: não havia papel higiênico!!!!!!


Imagem Amilcar Zanelatto.

 Quando perguntamos aos funcionários (as), dos respectivos parques, do porquê manterem os sanitários acessíveis trancados, a resposta fora à mesma: que a ordem vem de cima ( no caso de São Caetano, o funcionário nos disse que a "ordem" veio da Prefeitura), pois o sanitário é para ser usado somente por "cadeirantes" (sic)* e, assim, evita-se que os "mendigos" (sic)**, que sujam os sanitários, façam uso do mesmo.

Esclarecendo...

 Primeiramente, os sanitários acessíveis não são de uso exclusivo de pessoas que fazem uso da cadeira de rodas, são preferenciais: devem ser usados por todas as pessoas que necessitam de espaço como, por exemplo, uma pessoa com obesidade,   idosos e grávidas. Além do espaço generoso, destes sanitários e cabines,  o vaso, por ser mais alto, e a presença das barras de apoio facilitam o uso com conforto a estas pessoas.

Uma situação que já presenciei fora de uma mãe, que estava com seu filho em um carrinho de bebê, e necessitava utilizar um sanitário com cabines estreitas (como é corriqueiro)  e teve que deixar o mesmo aos cuidados de uma pessoa desconhecida (eu!). O sanitário acessível, por ser maior, possibilita, também, que as mamães, juntamente com seus bebês, possam fazer suas necessidades fisiológicas tranquilas! Uma questão de segurança e bom-senso!

Segundo, os sanitários acessíveis jamais devem ficar trancados! Pessoas que fazem uso da cadeira de rodas, geralmente e dependendo da lesão, não conseguem controlar, por muito tempo, as funções urinária e evacuatória, e há pessoas que fazem uso de bolsas coletoras que precisam ser esvaziadas. Portanto, os sanitários devem estar disponíveis ao uso com as portas devidamente destrancadas! Não será com esta barreira atitudinal (passar a chave nos sanitários acessíveis) que se transformará as más atutides: a mudança de comportamento se dará por meio da EDUCAÇÃO!  

Aos gestores dos parques: por favor, informem, conscientizem os usuários!


E finalizando, a limpeza do ambiente é fundamental, principalmente para quem é pessoa com paraplegia e tetraplegia: há indícios de que um dos meios de se contrair infecções no trato urinário (estas pessoas são vulneráveis a este tipo de infecção)  é, justamente, pelos sanitários de uso público. Seria interessante ter a disposição capinhas descartáveis para assentos e, por que não, um dispenser com substância bactericida que pudesse ser utilizada para a limpeza do mesmo, como das barras, pelo(a) usuário(a).

E jamais utilizar assentos com a abertura frontal como neste exemplo da imagem abaixo: dificulta o uso!

Cabine Acessível do Sanitário do Centro Digital - São Caetano do Sul.
Imagem Tuca Monteiro.


Fica a dica.


   Tuca Monteiro.


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 O sensato é:

  *Pessoa usuária de cadeira de rodas.
** Pessoa em situação de rua.
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Saiba que: 

O sanitário acessível do Parque Mario Covas, devido sua proporção, mostrou-se mais funcional do que o do Parque das Crianças, pois possui maior área para circulação e  liberdade para o posicionamento da cadeira de rodas junto ao vaso sanitário, assim como, estava com  os itens de acessibilidade, segundo a NBR 9050-04,  melhor posicionados.   Somente as lixeiras estavam em locais inadequados e a papeleira, acredito, que estava fora do alcance para algumas pessoas.














Voltaremos ao Parque da Cidade das Crianças para fazer as medições do sanitário e apontar os equívocos.